Correios se alinham ao MST e lançam selos em homenagem à reforma agrária e ao movimento

Sob a gestão do presidente Lula, os Correios anunciaram uma polêmica parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para o lançamento de dois selos comemorativos. A decisão reacende o debate sobre o papel das instituições públicas e o uso simbólico do Estado para reforçar pautas ideológicas.

Um dos selos celebrará os 40 anos de fundação do MST, completados em 2024 — movimento amplamente conhecido tanto por sua atuação em prol da reforma agrária quanto pelas invasões de propriedades privadas e conflitos no campo. O outro selo será alusivo ao Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, marcado em 17 de abril, data em que o MST relembra o episódio de Eldorado do Carajás (PA), quando 21 pessoas morreram em confronto com a Polícia Militar, em 1996.

Todos os anos, o movimento realiza ocupações e manifestações no mês de abril sob a bandeira do "Abril Vermelho", justificando ações radicais em nome da luta por terra. Agora, esse histórico será eternizado em selos oficiais, produzidos por uma estatal que, teoricamente, deveria manter-se neutra frente a disputas político-ideológicas.

Os Correios confirmaram a parceria, mas informaram que detalhes como o design e a data de lançamento ainda estão em fase de desenvolvimento. A iniciativa, no entanto, já levanta questionamentos: até que ponto uma empresa pública pode ser usada como vitrine para enaltecer movimentos com atuação controversa?

Em vez de buscar equilíbrio e pluralidade, a ação caminha na direção oposta — transforma a filatelia nacional em ferramenta simbólica de militância, promovendo uma narrativa unilateral em torno de um tema complexo e delicado. Para críticos, trata-se de mais um exemplo do uso institucional da máquina pública para fortalecer aliados ideológicos, em detrimento da imparcialidade que se espera de órgãos estatais.

Fonte: Conexão Política

Redação: Liberdade FM