"Tentou me matar": Mulher leva 61 socos no rosto do namorado e passa por 7 horas de cirurgia para reconstruir a face

Uma estudante de 35 anos, identificada como Juliana Garcia dos Santos Soares, passou por uma cirurgia de reconstrução facial de sete horas após ser brutalmente espancada pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. A agressão aconteceu dentro do elevador de um condomínio em Ponta Negra, bairro turístico de Natal, no dia 26 de julho.

As imagens registradas pelas câmeras de segurança mostram o momento em que Juliana é atacada com 61 socos na cabeça e no rosto, durante um ataque que durou 34 segundos. O espancamento começou no 16º andar e só parou no térreo. “Foi do décimo sexto até o térreo. Ele me esmurrando sem parar”, descreveu Juliana. A violência foi motivada por ciúmes, após uma discussão iniciada ainda na área da piscina.

A agressão provocou múltiplas fraturas: três na região do olho direito, uma fratura de lado a lado abaixo do nariz, fragmentação da maçã do rosto e outra fratura na mandíbula. O médico responsável pela cirurgia de reconstrução comparou os ferimentos aos de vítimas de acidentes de trânsito sem capacete. Ele alertou para o alto risco de sequelas permanentes, tanto estéticas quanto funcionais.

Juliana precisou se alimentar com dieta líquida e pastosa. O inchaço facial foi tão severo que chegou a adiar a cirurgia inicialmente prevista. Após o procedimento, a equipe médica considerou a operação um sucesso, com boa recuperação funcional e estética.

Durante a internação, Juliana prestou depoimento por escrito devido às dores. Ela revelou que já havia sofrido agressões anteriores, como empurrões e ataques psicológicos, mas nunca imaginou que a situação evoluiria para uma tentativa de feminicídio. “Meu propósito era me manter viva, me manter consciente na medida do possível. Eu sabia que ele queria me matar.”

Igor foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva. Ele foi indiciado por tentativa de feminicídio. A delegada responsável pelo caso classificou as imagens como "prova inquestionável da vontade de matar".

A violência despertou grande comoção nacional e gerou manifestações de solidariedade. Uma campanha online arrecadou recursos para ajudar Juliana com os custos de recuperação. Ela agradeceu o apoio e pediu respeito à sua privacidade neste momento.

A vítima ainda enfrenta um longo processo de recuperação física e emocional. Apesar disso, afirma que está viva para contar sua história e lutar para que outras mulheres reconheçam os sinais de alerta.

Fonte: G1

Redação: Liberdade FM